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 Carvão e China. Uma convivência possível?



Publicado em: 07/12/2013 18:01:00

Por Pedro Jacobi  
 

 


 

Todos os números mostram que o carvão será a principal fonte de energia do mundo por muitas décadas,    suplantando o petróleo.
O principal consumidor e produtor do mundo, a China será a causa deste desequilíbrio. Mesmo fechando milhares de pequenas    minas com produção inferior a 900.000 toneladas de carvão por ano o consumo chinês de carvão continuará escalando rapidamente, nos próximos anos arrastando consigo a produção mundial de carvão.
Não há como evitar. O que    se pode fazer, no entanto, é minimizar a poluição causada pela queima do carvão usando técnicas como a CCS (carbono capture and storage) e monitorando    toda a cadeia produtiva onde o carvão é usado como fonte de energia. Soluções drásticas e eficientes devem ser criadas e implementadas rapidamente.
Se    isso não for feito milhões irão morrer.
O maior exemplo, como não poderia deixar de ocorrer, vem da China. No gigante asiático as grandes cidades já se    tornaram verdadeiras câmaras de gás, onde a saúde dos seus cidadãos é, gradativamente, destruída levando a prejuízos incalculáveis que serão    contabilizados em décadas.
Em Xangai, a cidade mais populosa da China, a queima de carvão causa uma das mais severas poluições da história humana. Nas    últimas semanas os níveis de poluição estão superando as marcas históricas forçando as crianças e idosos a ficarem em casa. As obras da construção civil    foram paralisadas. Até o trânsito caótico da cidade foi diminuído drasticamente. As autoestradas foram fechadas assim como os aeroportos. A    frota de veículos do Governo foi reduzida em 30% e todas as festas com fogos de artifício, comuns na China foram proibidas. A empresa de geração de energia    de Xangai já suspendeu em 1/3 das operações que usam o carvão.
As agências de viagens cancelaram os voos e os pacotes e tentam remarcar as viagens para as montanhas onde a poluição do ar é menor. Os turistas que se aventuram em    Xangai o fazem atraídos pela poluição que ainda é vista como uma anomalia.
  As lojas vendem milhões de máscaras, cujas vendas aumentaram 357% e purificadores de ar.
O índice que mede a qualidade do ar é o pior de toda a história atingindo 8 vezes o limite nacional imposto pelo Governo Chinês, que já é considerado muito alto. A quantidade de partículas em suspensão no ar com menos de 2.5 micras de diâmetro chegou a 627,6 microgramas. Um nível insuportável e que causa e causará as principais doenças cardíacas e pulmonares.
A cidade virou um verdadeiro inferno onde os hospitais tornam-se os principais centros da ação.

A visibilidade na cidade é de poucos metros. Os hospitais, normalmente congestionados, estão recebendo 30% a mais do que o usual. Somente as emergências já aumentaram em 60% graças a poluição do ar que asfixia os cidadãos de Xangai. O Hospital das Crianças teve mais de 5.000 casos nos últimos dias. Os números de mortes causados pela poluição não estão sendo divulgados, mas calcula-se que estejam atingindo índices alarmantes.
A China tem que mudar a sua estrutura industrial.
  Colocar a culpa no crescimento chinês é uma meia verdade. O fato é que a China tem que aprender a crescer com responsabilidade social e ambiental.
As empresas chinesas estão preocupadas em produzir, mas não se interessam em preservar e pouco são cobradas no quesito ambiental. Isso tem que mudar.
  Conforme Zhou Jun do Departamento de Proteção Ambiental de Xangai a China deve mudar o seu desenvolvimento radicalmente se quiser reduzir a poluição do ar.  
Xangai verde
  Será que o povo chinês ainda verá uma Xangai verde como a imagem acima?
 
Segundo o Governo o consumo de carvão deverá cair 35% até 2017. Algumas regiões do Sul da China serão proibidas de construir noivas plantas termoelétricas. O país deverá comprar plantas e equipamentos modernos já enquadrados nas novas especificações ambientais.
Até a produção de aço chinês irá sofrer por conta da poluição. Serão fechadas várias siderúrgicas, até 2015, responsáveis pela produção de 15 milhões de toneladas de aço por    ano. Estas são indústrias antigas e poluidoras. Plantas antigas de cimento, alumínio e ferro também serão cortadas.
A medida que o carvão é substituído    novas fontes de energia deverão preponderar. A energia nuclear é uma das que irá crescer, passando de 12,5GW para 50GW em 2017. O gás natural será um dos    pilares da revolução energética chinesa.
Pesadas multas serão impostas aos que infringirem as novas leis ambientais.

Foto poluição na escada rolante com prédios ao fundo: Eugene Hoshiko/AP


Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo

 
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